28º Dia - Sombrio a Curitiba-PR

domingo, 1 de maio de 2011

Olá a todos.

Aproveitei que o café da manhã só é servido após as 08h e dormi até mais tarde. Café, banho tomado e bagagem pronta, saí para o posto de gasolina abastecer a moto. Encontrei vários motociclistas voltando do encontro de Tramandaí. Verifiquei a pressão dos pneus pela primeira vez nesta viagem e pé na estrada. Mantive o ritmo de 100-110 km/h. Cheguei finalmente à conclusão que nesta velocidade até 130 km/h o guidão vibra muito depois da colocação do protetor de guidão. Até 90 km/h e acima de 130 km/h nada acontece. Tenho que resolver isso para as próximas viagens.

Nessa tocada eu andei até completar 6.000 km completados nesta viagem, tornando-se o meu recorde. Até chegar a BH ainda faltam 1.200 km. Parei para fotografar uma ponte na cidade de Laguna. Parei logo adiante para descobrir o que era suco de Butiá. É um coquinho minúsculo, com um sabor que lembra cajá-manga, delicioso. Comprei alguns saquinhos para trazer e fazer o suco em casa.

Seguindo a estrada vi várias placas a cada 1 km anunciando produtos têxteis a preço de banana. Decidi me arriscar e parei para verificar os produtos. Na verdade o marketing é bem feito, os produtos nem tanto. Produtos de qualidade têm preço maior. Acabei comprando dois roupões. No caixa uma senhora me perguntou se eu era mesmo de BH e elogiou minha viagem. Agradeci e tratei de sair rápido, pois eu estava ensopado de suor.

Parei alguns quilômetros à frente em uma churrascaria para comemorar os 6.000 km. Voltando do banheiro percebi a chegada de doze motociclistas de um moto clube, Forasteiro’s Moto Clube, de Curitiba. Perguntei a um deles porque não colocaram a moto na sombra. Daí ele disse que não tinham visto. Conversei com outros e o presidente, André, me perguntou se eu tinha lugar onde ficar em Curitiba. Ofereceu-me a sede do moto clube. Agradeci e sentei-me à mesa com eles. Conversamos durante o churrasco e perguntei se podia segui-los até Curitiba.

Recebi sinal positivo e fui apresentado ao vice-presidente, Alexandre, que ia liderando o grupo. Fui posicionado no penúltimo lugar, logo após o Presidente André. Atrás outro motociclista convidado numa Hornet. Nem em sonho eu imaginei que iria fazer parte de um moto clube, mesmo que temporariamente. Paramos para abastecer duas vezes sendo uma para lanchar. Contei-lhes as histórias que tinha vivido até aquele momento. Contaram-me a história do moto clube e rimos das gafes que já cometemos no exterior.

Decidi aceitar o convite para pernoitar na sede. Pegamos muito trânsito até chegar a Curitiba, algumas situações de riscos e ao chegar próximo à sede houve um entrevero com um carro. Um rapaz passou a jogar latas de cerveja nos meus companheiros, me mantive à distância, pois não poderia ajudar muito com a minha moto carregada de coisas. No final, não houve nenhum acidente. Chegamos à sede e me mostraram onde poderia ficar. Pedimos uma pizza e conversamos mais um pouco sobre viagens, lugares, amigos. Deixaram-me à vontade e com as chaves da sede, orientam-me sobre como proceder e foram para suas casas descansar. Tomei um banho e escrevi esse blog.

Já tinha conhecimento da ajuda que moto clubes presta aos outros moto clubes e facções. Mas pensava que eram reservados e não permitiam não sócios. Segundo o André, houve uma empatia boa entre nós e penso que isso ajudou muito. Ele me lembra o meu amigo Aloísio e não é só pela pele.

Estou me sentindo muito receptivo e com bons fluidos à minha volta. Senão, como explicar tudo que tem acontecido nestes últimos 13 dias?

Bem, mais uma aventura não programada, mais pessoas com as quais eu interagi e mais lugares novos que conheci. Essa viagem foi melhor que eu imaginava.

Mais dois dias e estarei em casa novamente.

Abraço a todos,

Marcio

Gilliarde, do Hotel Maria Rita, em Sombrio-SC




Pausa para agradecer uma viagem bem sucedida

Ponte em Laguna

Minha marca histórica

Os Forasteiro´s quase completos, falta o André que estava à direita.

André, Cizur e Bola, la famiglia Forasteiro´s