29º Dia - Curitiba a Monte Verde-MG

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Olá a todos.
Saí de Curitiba depois de abastecer e tomar um café no posto Locatelli. Um senhor, Ronaldo, puxou assunto comigo enquanto eu conversava com os lavadores de carro. Perguntou sobre a moto, disse que teve uma Suzuki Freewind e que ia para o Rio em dez horas de viagem. Me convidou da próxima vez me hospedar na sua pousada, Pousada da Serra em Quatro Barras, do lado de Curitiba.

Desci para o restaurante e conversei com o dono do restaurante que nasceu em Minas Gerais e tem parentes em Paraopeba. Ele me recomendou passear pelo Brasil e visitar o norte até o Amazonas. Daqui a alguns dias ele vai fazer essa viagem de pick up.

Conversei com a frentista que abasteceu minha moto, Edna, enquanto ela tomava seu café. Em poucas frases já sabia que seu pai tem problemas nos pés e com a bebida, sua filha tem 13 anos, toca numa banda de rock (e não é muito boa no inglês), o marido trabalha mais horas que ela e não têm como colocar a filha num curso de inglês além desses motivos porque o filho caçula não poderia acompanhá-la. Tudo isso em 5 minutos de prosa!

Chegou um policial rodoviário que nos cumprimentou e na saída me desejou boa viagem e cuidado com a malandragem. Perguntei-lhe qual malandragem, a minha ou a dos outros, disse-me que a dos outros. Agradeci e preparei para rodar 400 km até São Paulo.

Ansioso, pois essa seria a primeira vez que eu percorria a BR-116 nesse sentido, já que em 2009 vim por ela e voltei por outra. E porque desta vez eu passei à noite e agora seria pela manhã. Não me decepcionei, é muito bonita e com belas paisagens. Veja as fotos. Muitas curvas e eu estava muito à vontade na moto. Pena que o saco de Butiá pendia um pouco nas curvas à direita.

Passei pela divisa de estados e não parei para fotografar, quando eu vi, já era. Parei para abastecer e tomar um café e pão de queijo. E de novo, mais estrada. Passei por Registro, que dormi em 2009 e logo em seguida o Graal Buenos Aires que fica no sentido contrário. Em 2009, eu e Aloísio fotografamos numa placa com as distâncias até Buenos Aires e Ushuaia. Dessa vez, eu quis fotografar e fiz o Daniel parar nele. Mas quem disse que eu encontrei a placa? Era de noite, como em 2009, mas tinha alguns caminhões na frente dela, procurei e não encontrei. Não é que hoje eu vi a danada no mesmo lugar? Vai entender.

Agora a minha preocupação era com São Paulo, o rodoanel, evitar a marginal, etc. Claro, para variar, errei a entrada e a direção, nisso foram 8 km para voltar. Depois entrou na reserva e como o rodoanel é novo, não tem nenhum posto. Rodei mais devagar, parei num posto policial para me orientar, conversei com um funcionário da concessionária e obtive a seguinte direção: siga até o final do rodoanel até Caieras e depois Laranjeiras, dobre a direita, depois esquerda vá até o trevo. Beleza, o problema é que não tem placa indicando Caieiras. Parei num entroncamento e tinha um senhor que eu tinha visto no posto policial e me parou pedindo orientação para chegar em Mauá, então éramos dois perdidos e chegou mais um! Despedi-me e fiz minha escolha.

Como precisava abastecer, entrei a esquerda no sentido Jundiaí. Usei uma lógica que na direção de Campinas eu não devia seguir, encontrei um  posto, mas na marginal e não havia placa indicativa para ele, segui mais à frente e quem aparece? Placa para Caieiras. É nessa que eu vou, entrei e pedi informações pro primeiro que vi. Confirmou que o caminho era aquele mesmo e que tinha posto uns 2 km à frente. Abasteci, novas informações e vamos em frente. Medo dos lugares onde passava, apesar de me tranqüilizar que eram bairros como os nossos, muitas pessoas cuidando da vida, então por que me preocupar? Medo de não conseguir sair dali e cair na marginal.

Tinha quatro preocupações: abastecer, fazer xixi, almoçar e achar o caminho para a Fernão Dias. Resolvida a primeira, preocupei com a quarta. Não consegui achar o ponto certo e cuidei da segunda e terceira: parei em um posto, tomei um capuccino e um salgado. E novas orientações: eu tinha passado do ponto certo (apenas por que a sinalização está no sentido oposto, como descobri) e devia tomar cuidado com as curvas por causa da chuva que começou a cair, aumentando os acidentes.

No caminho certo, comecei a ver placas indicando Mairiporã e Rod. Fernão Dias, aleluia. Demorou mas consegui, às 15:30 eu estava na direção correta para casa. Novidade para mim, pois em 2009 eu fui duas vezes por essa rodovia mas voltei por outra, então não conhecia esse trecho até Pouso Alegre. Adoro não fazer o mesmo caminho da ida.

Como eram 16h, decidi que não rodaria mais hoje, e comecei a procurar onde ficar. Vi a placa indicando Monte Verde, 34 km. Pensei, por que não? Só tenho que chegar amanhã em casa. Vamos à Monte Verde!

Uma estradinha cheia de curvas, relativamente conservada, alguns poucos buracos. Minha única preocupação era ter internet na cidade. De repente, estrada de terra molhada. Que saco, vai ter que valer a pena essa tensão. Aparece o asfalto e depois, mais terra. Finalmente cheguei ao portal da cidade. Parei para pegar informações e confirmei que tinha internet.

Fiquei uma hora conversando com o José que atendia no posto da Secretaria de Turismo. Tentei ajudar a resolver o problema da internet no computador, mas não consegui por problemas no sinal wireless. Conversamos sobre viagens, Argentina, coragem, foi muito bom. Deu-me a indicação deste hotel, Áustria. Consegui a diária por R$ 130, apartamento standard, com tudo completo.

Para quem não conhece Monte Verde, clique aqui.

Saio amanhã, depois de ver um pouco da cidade, para Belo Horizonte, completando 30 dias na estrada. 

Que vida boa, obrigado meu Deus.

Abraço a todos,

Marcio